Quais gases podem substituir o R32?
Saiba quais gases podem substituir o R32 e confira as necessidades de uma possível troca de gases em seus aparelhos.

Publicado por Frigelar | 7 de maio de 2025
Atualizado em 16 de junho de 2025
Essa é uma pergunta que tem surgido com frequência entre os profissionais da refrigeração e climatização, especialmente em um cenário onde a sustentabilidade, eficiência energética e segurança se tornaram pontos centrais no desenvolvimento de novos fluidos refrigerantes. A busca por alternativas ao R32 envolve diversos fatores técnicos, desde a compatibilidade com o equipamento até o impacto ambiental. Mas afinal, quais gases podem substituir o R32?
Aqui no Blog da Frigelar, vamos falar sobre as opções estudadas para substituir o R32, quais suas características e limitações, e o que o refrigerista precisa saber antes de qualquer substituição.
Por que pensar em substituição para o R32?
O R32 (difluormetano) é atualmente um dos gases mais usados em sistemas de climatização, principalmente em equipamentos do tipo split residencial. Ele pertence à classe A2L da ASHRAE, ou seja, tem baixa toxicidade e baixa inflamabilidade. Possui um GWP (Potencial de Aquecimento Global) de 675, o que já representa uma redução considerável se comparado ao R410A, por exemplo.
Apesar disso, o R32 ainda está sujeito a restrições futuras devido à regulamentações internacionais, como o Protocolo de Kigali, que prevê a redução progressiva dos HFCs com alto GWP. Assim, entender quais gases podem substituir o R32 com eficiência semelhante e menor impacto ambiental é fundamental para se preparar para as próximas décadas.
As principais opções em estudo e desenvolvimento
1. R454B
Uma das alternativas mais promissoras, o R454B é uma mistura composta de R32 e R1234yf. Seu GWP é de aproximadamente 466, o que o torna significativamente mais sustentável em relação ao R32. Além disso, também é classificado como A2L (baixo risco de inflamabilidade), mantendo um bom desempenho termodinâmico. Contudo, ele ainda não é amplamente utilizado em equipamentos residenciais, e seu uso demanda ajustes específicos em sistemas já projetados para o R32.
2. R452B
O R452B também é um blend de HFCs e HFOs, com um GWP de cerca de 676 — próximo ao do R32. Sua principal vantagem está na similaridade de comportamento em comparação ao R410A e ao próprio R32, o que facilita a adaptação em sistemas existentes. No entanto, por ser uma mistura, ele exige cuidados extras quanto a vazamentos, devido à possibilidade de fracionamento do fluido.
3. R1234yf e R1234ze
Ambos são fluidos da família dos HFOs (hidrofluorolefinas) e apresentam GWP extremamente baixo — abaixo de 1. O R1234yf, por exemplo, já é utilizado amplamente em sistemas automotivos, enquanto o R1234ze tem aplicação crescente em chillers e refrigeração comercial. A desvantagem está na menor capacidade frigorífica em comparação ao R32, o que dificulta seu uso direto como substituto, além da necessidade de mudanças significativas no projeto do sistema.
4. Propano (R290)
O R290 é um hidrocarboneto com GWP baixíssimo e excelente performance termodinâmica. É utilizado com sucesso em refrigeradores comerciais e sistemas de pequeno porte. Porém, seu alto grau de inflamabilidade (classe A3) impõe restrições severas quanto à carga máxima e requisitos de segurança. Apesar do desempenho, o R290 dificilmente será uma substituição direta para o R32 sem alterações profundas no sistema e estrutura do ambiente.
O desafio da substituição direta
A substituição direta de um fluido refrigerante por outro envolve muito mais do que trocar o gás. Cada fluido possui características únicas de pressão, temperatura de saturação, entalpia, viscosidade e comportamento químico com o óleo do compressor. Mesmo gases com pressões e capacidades semelhantes ao R32 ainda requerem adaptações no sistema, como troca de válvulas de expansão, recalibração de sensores e, principalmente, uso de óleos compatíveis.
Portanto, para o técnico refrigerista, a pergunta “quais gases podem substituir o R32” deve vir sempre acompanhada da análise do tipo de sistema, sua capacidade de adaptação e a segurança operacional envolvida.
Além disso, muitos fabricantes não autorizam o uso de fluidos diferentes dos especificados originalmente, sob pena de perda de garantia ou mau funcionamento do equipamento. Sempre verifique o manual técnico e consulte os padrões de homologação do sistema.
Cuidados com a inflamabilidade
Uma das características mais discutidas sobre o R32 é sua inflamabilidade classe A2L. Embora seja considerado seguro quando instalado e operado corretamente, qualquer substituto também precisa passar pela mesma análise. A maioria dos gases alternativos com baixo GWP também pertence à categoria A2L ou até A3, como no caso do propano.
Isso impõe ao refrigerista uma responsabilidade ainda maior na manipulação, evacuação, detecção de vazamentos e procedimentos de carga. Treinamentos específicos para o manuseio de gases inflamáveis devem ser parte do cotidiano de qualquer técnico que deseje atuar com as novas tecnologias do setor.
Tendência: sistemas projetados para novos fluidos
A verdade é que, até o momento, não existe um substituto direto para o R32 em equipamentos já instalados. O caminho mais seguro e tecnicamente viável é a utilização de sistemas projetados desde a origem para os novos fluidos. Essa abordagem garante eficiência, segurança e conformidade com as normas ambientais vigentes e futuras.
Empresas e fabricantes têm desenvolvido novas linhas de produtos otimizadas para operar com fluidos como R290, R454B e R1234yf, em vez de adaptar sistemas pensados para o R32. Para o refrigerista, isso significa estudar continuamente os novos sistemas, buscar certificações e atualizar o ferramental.
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